sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O valor simbólico do casamento homossexual

O valor simbólico do casamento homossexual

O programa Prós e Contras da RTP, do dia 16 de Fevereiro, sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, revelou-se um exercício fastidioso de argumentos já demasiado gastos sobre o assunto. Houve porém uma intervenção final que pôs o dedo na ferida do problema – o valor simbólico do casamento. De facto é apenas este, aparente, pequeno detalhe que divide as opiniões das pessoas. Não deixa de ser curioso que, num tempo em que se depreciam os rituais – sejam eles quais forem – sejam os homossexuais a querer ritualizar a sua ligação afectiva. Desde os anos 60 do século passado que a juventude encetou um caminho de contestação a tudo que lhe parecia formal; a tudo que implicasse papéis para assinar a legalização das suas situações amorosas. O casamento foi perdendo prestígio e as uniões de facto proliferaram até hoje. Voltar a querer casar hoje é um sintoma da necessidade de tornar a querer, de modo diverso, “sacralizar” os grandes momentos da vida de cada um e este facto é para mim algo de positivo. O ritual do casamento em si e a participação dos amigos e da família na cerimónia são um enorme apoio para engrandecer a fantasia de qualquer união na base dos afectos e mesmo noutros campos sociais. É este sentido mais elevado que os homossexuais buscam e a que os heterossexuais não querem abrir mão; querem ter o exclusivo desses momentos mágicos só para eles, estando dispostos, contudo, a dar aos homossexuais todas as prerrogativas legais do casamento. Tudo menos o nome! Parece-me assim que, sabendo-se, em teoria, que a união amorosa que não corresponde aos padrões legais e sociais é mais difícil de manter, a atitude de proibir o casamento homossexual é, na sua essência, perversa e egoísta. Como católico que sou, a minha visão do casamento é bem mais abrangente e grandiosa porque o considero um sacramento. O matrimónio católico ultrapassa, simbolicamente, qualquer casamento civil e isso é aliciante para os que têm fé. Mesmo aqueles que não a tem optam por ele – muitas vezes com a complacência da Igreja – só para engrandecerem o acto e torná-lo, assim, mais simbólico e significativo. Não me admiraria, pois, se daqui a uns anos os católicos homossexuais não quisessem, também, sentir toda a carga espiritual e simbólica do casamento religioso; mas para isso acontecer - o que não acredito para o meu tempo - teria que haver um terramoto espiritual no Vaticano!

José Dias Egipto
De: José Dias Egipto jdegipto@mail. telepac.pt
Para: Escritas@yahoogrupo s.com.br
Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2009
10:17:05Assunto: [Escritas] Casamento

CRIMINALIDADE, por Cynthia Maria Pinto da Luz

Quinta-feira, 22 de Janeiro de 2009


“A Notícia” trouxe duas excelentes matérias, separadamente, que se integram como parte de um mesmo problema no último domingo: o aumento da criminalidade, a eficácia das ações policiais e do sistema prisional e a capacidade de se obter resultados na redução desta mesma criminalidade.O número de homicídios dos últimos anos, culminando com 85 homicídios em 2008 (18/1, página 18), aponta para uma escalada progressiva da violência e da insegurança pública em Joinville.Este número é a prova mais contundente da falência institucional dos órgãos de segurança pública e a política por eles implementada. São criminosos contra a polícia e vice-versa, num confronto que resulta em tragédias, mortes desnecessárias e injustas de ambos os lados.O Comando do 8º Batalhão de Polícia Militar disse que existe vitória da polícia sobre a criminalidade (18/1, página 19), como se o sacrifício de vidas pudesse ser contabilizado como vitória. É esse o método? O confronto aberto nas ruas, a exposição ao tiroteio que já assola a vida das pessoas em grandes centros e aumenta em Joinville a cada ano?Aceitarmos este contexto como circunstância inevitável nos dias de hoje e prática política adequada para conter a criminalidade favorece a impunidade, afronta a legislação brasileira, os pactos de defesa da vida e o direito de cada um de viver com dignidade.Quando me pronunciei sobre a terceirização da Penitenciária Industrial de Joinville (18/1, página 17) foi com a preocupação de demonstrar que experiências isoladas e sob controle da iniciativa privada não servem como solução para o problema de caráter público, de responsabilidade do Estado.Com este exemplo, há que se condenar a inércia estatal que remete a terceiros o papel de agente da ressocialização, para tornar o preso objeto da empresa privada, submetido a processo mecânico e limitado.E continuar com a velha prática de levantar paredes, celas e muros, compactuando com a superlotação e a violação de direitos de uma pessoa que voltará para as ruas, também não é política de segurança pública.

CYNTHIA MARIA PINTO DA LUZ
Advogada do Centro dos Direitos Humanos de Joinville

Devolva o brilho que não é seu, por Odete Ronchi Baltazar

Devolva o brilho que não é seu

Odete Ronchi Baltazar

Quem me conhece um tiquinho na net sabe que sempre fui defensora dos direitos autorais e contra os plagiadores. Sempre fui contra o repasse do "autor desconhecido" por estar divulgando textos sem autoria, deixando de citar o verdadeiro autor de uma obra.Com tantos caçadores de autorias perdidas (como eu), pensei que os usurpadores de textos tivessem sumido da net, mas qual! Estão dando sopa por aí, sem limites, colocando "suas obras" em sites até de grande renome. Sites que nos permitem colocar textos gratuitamente, mas que não podem fiscalizar tudo o que é inserido.O que vale nesta hora é nosso olhar atento e a denúncia criteriosa para acabar de vez com esse pessoal que só pensa em "zoar" com quem labuta todos os dias em seus escritos.Até hoje não consigo entender esses copiadores do trabalho alheio. Deve ser incapacidade total de escrever algo com coerência, por isso surrupiam o que acham belo e os fazem seus. Para brilhar às custas de outros, já que não têm luz própria.Sou muito pacata, da paz total. Mas fico irritada com esses roubos na net. Acho uma grande sacanagem para com os escritores sérios que ficam tempo escrevendo, corrigindo, revisando seus textos para depois ficar lado a lado com esses plagiadores, sem escrúpulos e medíocres.E tem mais: notei que esses opacos e pobres indigentes plagiadores, quando escrevem algo que vem do seu íntimo, colocam logo uma batelada de avisos tais como "Copyright - Todos os direitos reservados". E já põem em tudo quanto é idioma que é pra não se ter dúvidas. E como sei distinguir o que copiam (plagiam, roubam descaradamente) do que eles escrevem?Elementar, meus caros. Essa gente é de uma pobreza literária, que não consegue esconder a mediocridade. Por isso eles roubam de quem estiver distraído. Para poderem suprir sua insignificância e matarem a sua fome de luz. São cobras que comem vagalumes pensando que assim podem brilhar.
(03 de fevereiro/2007)